O quê? Construção civil?
Sim.. utilizando o LCC. O Líquido de Castanha de Caju, um subproduto da indústria de castanha de caju, disponível e barato em estados como Ceará e Piauí, de onde sai quase 80% da produção brasileira. O líquido é, na verdade, um óleo que recobre o fruto do cajueiro (Anacardium occidentale), lembrando que o fruto é a castanha, enquanto aquela parte suculenta entre o amarelo e o vermelho a que chamamos de caju é apenas um pedúnculo.
Extremamente corrosivo quando cru, o óleo contém ácido anacárdico, cardanol e diversas outras substâncias de interesse. Dependendo da forma como é extraído, permite a polimerização, ou seja, pode passar por uma reação química que transforma as moléculas, combinando-as como macromoléculas. Em outras palavras, fica tudo quimicamente colado, conferindo resistência extra aos produtos.
Além do LCC, buchas de coco; caminhões e caminhões de aparas de papel; toneladas de cascas de arroz e serragem à vontade vira material de construção de qualidade, com alta resistência!
A ideia de transformar resíduos de biomassa em material de construção não é nenhuma novidade, mas as misturas destes resíduos agrícolas e industriais com o LCC, sim. Tanto que já foi requerida patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Como vemos, está na hora de mudar os dizeres da sabedoria popular “tudo o que é demais sobra, tudo o que sobra é resto e tudo o que é resto vai para o lixo”. No caso do caju e dos resíduos agroindustriais, tudo o que é demais e sobra pode virar parede, piso, telha, cano, casa, escritório, loja…
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